segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Portadores de necessidades especiais estão fora do circuito de museus em São Luís (MA)

  

Museu Histórico e Artístico do Maranhão

    Nesta segunda-feira todos os museus de São Luís estão de portas fechadas. Acompanham uma norma mundial de atendimento ao público. Porém, com acessibilidade restrita todos os museus da cidade estão distante de ingressar no mundo em transformação, tema deste ano da 10ª Semana Nacional de Museus: "Museus em um Mundo em Transformação – novos desafios, novas inspirações”., com inscrições abertas até amanhã, 31 de janeiro.
    Quase todos instalados em casarões do século XIX,  os museus são exemplos de estorvo aos portadores de necessidades especiais. O trato à questão se repete em quase todos os equipamentos dos órgãos oficiais de cultura em São Luís do Maranhão.
    Não obstante os esforços dos instrutores, universitários bolsistas dos cursos de turismo e arte, impossível facilitar a visita dos portadores nesses locais. Daí para se estender aos idosos é mais um passo atrás.
Museu do Negro
    Às vezes a via crucis tem início na porta de entrada, caso do Museu do Negro - Cafua das Mercês, situado na vizinhança da Fundação José Sarney. O batente avantajado esmorece a curiosidade do visitante de necessidades especiais. O quadro é sofrível, considerando que boa parte do acervo está no andar superior, com acesso através de uma escada íngreme e insegura.
  Principal da rede de museus da Secretaria de Estado da Cultura, no Museu Histórico e Artístico do Maranhão, MHAM, mais fácil será utiliza a liteira ou palanquim em exposição, peça única de origem romana trazida para o Maranhão pelos portugueses do período colonial erguida por mãos escravas. Mesmo assim, só depois de transpor um degrau considerável.
As peças mais importantes deste museu, como uma edição original de "O Mulato", de Aluísio Azevedo, estão nos andares superiores. O ingresso ao preço médio de R$ 3 pode corresponder à visita apenas a parte de baixo. No MHAN e em todas os equipamentos da cultural oficial.
    Não são os museus os únicos algozes dos portadores de necessidades especiais no circuito cultural em São Luís. No teatro Arthur Azevedo e na Academia Maranhense de Letras o tratamento de acessibilidade é desleixado. Acontece o mesmo no Arquivo Público. Isso sem falar na Fundação Municipal de Cultura, onde escada acima se encontra entrincheirado o secretário, de folga do calendário eleitoral.
    Há três anos, antes de fechar as portas para uma reforma sem fim, o Ministério Público do Estado exigiu da Secma providências para dar acesso a esses portadores na Biblioteca Pública Benedito Leite. Com as portas fechadas, a BPBL é a via mais fácil para permanecermos no mundo das trevas, alimentados por um passado político ignóbil.