terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Flor do Samba esconde Sarney no desfile para evitar vaias na passarela em São Luís

Retrato do senador José Sarney encoberto na passarela em São Luís
    A Flor do Samba, escola de samba de São Luís do Maranhão, escondeu a efígie do senador José Sarney (PMDB-AP) no desfile da madrugada desta terça-feira,21, na passarela do samba. A escola do bairro do Desterro, um dos primeiros da cidade que comemora 400 anos de fundação em setembro deste ano, tem como presidente de honra o empresário Fernando Sarney, filho do senador amapaense e irmão da governadora Roseana Sarney (PMDB).
    Fernando Sarney comprou camarote da passarela do samba no Anel Viário, montada pela prefeitura de São Luís. Do camarote não era permitida a visão do retrato do senador encoberta por um detalhe de fantasia da escola, que este ano desfilou com o enredo "São Luís, a Flor do Maranhão". São Luís foi tema de todos os enredos de blocos e escolas de samba, além das tribos de índios e brincadeiras.
Desfile da Flor do Samba na madrugada desta terça-feira,21
    A Flor do Samba antecedeu a Favela do Samba no último dia de desfile das escolas de samba da capital maranhense na Passarela do Anel Viário. Foi o dia com maior presença de público desde a abertura na quinta-feira, 17, pelo prefeito João Castelo (PSDB). Flor e Favela disputam títulos do carnaval com vantagem para a escola do Sacavém com tendência a ganhar mais um campeonato do carnaval dos 400 anos. Houve vaias para a Favela pela torcida da Flor do Samba.
    O carnavalesco da Flor do Samba este ano foi o artista plástico maranhense João Ewerton. O carro alegórico que exibiu retratos de imortais da Academia Maranhense de Letras fazia alusão à denominação de Atenas Brasileira, cognome que a ilha de São Luís cunhou no século XIX. Sarney é membro da AML e da Academia Brasileira de Letras.
    Além de Sarney o carro homenageou Gonçalves Dias, Bandeira Tribuzzi,  Catulo da Paixão Cearense, HUmberto de Campos, Joaquim Haickel, Laura Amélia Damous Duailibe, Nauro Machado, Ferreira Gullar, Arlete Nogueira da Cruz. Os três últimos não pertencem a nenhuma das academias imortais de letras.