quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Nas Entrelinhas - DENISE ROTHENBURG

Por falar em Renan…Dentro do Senado, a sensação é de um PMDB em paz consigo mesmo, apesar do desconforto de alguns como Jarbas Vasconcelos (PE). Ao ponto de a bancada fixar algumas premissas para o futuro. Primeiro, é praticamente consenso que Edison Lobão (MA) é um companheiro, mas não para presidir o Senado. Isso porque é pra lá de bem relacionado com a presidente Dilma Rousseff. E o PMDB quer alguém mais PMDB e menos Dilma — um perfil similar ao do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que já tem até o apoio do PT para comandar a Câmara.
    Além disso, Lobão é, hoje, ministro de Minas e Energia, uma área de grandes empresas e negócios. E tem por intermédio de seu primogênito, o senador Lobão Filho (PMDB-MA), voz ativa na Casa. Tirar Lobão do ministério para colocá-lo no Senado não seria nem trocar seis por meia dúzia, seria trocar “12 por meia dúzia”, com desvantagem para o partido.
    Essa equação joga a eleição praticamente no colo de Renan Calheiros, se ele quiser mesmo comandar a Casa e não surgir nada de extraordinário que possa comprometer esse projeto. Em conversas informais, o episódio que quase lhe custou o mandato — que veio à tona a partir da descoberta de uma filha fora do casamento — é tratado como coisa do passado pelos senadores. Embora Renan continue discretíssimo sobre seu futuro — houve inclusive especulações sobre uma possível candidatura ao governo de Alagoas —, há quem diga que ele não pensa em outra coisa. Até para ser candidato ao governo estadual, em 2014, seus aliados consideram melhor que Renan presida o Senado. Assim, ainda pode fechar um acordo com o PT, licenciando-se do cargo no período da campanha para deixar que um vice-presidente petista comande a Casa.
Do Correio Brasiliense