terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Roseana Sarney recusa acolher "devolvidos" da extinta TVE do Maranhão

    A governadora Roseana Sarney deleta paulatinamente o governo José Sarney (1966-1970). Dando uma de Mary Shelley contra a criatura, Roseana recusou acolher os 62 funcionários da Acerp - Associação de Comunicação Educativa Roquete Pinto, devolvidos ao Ministério do Planejamento pela TV Brasil.
    Os "devolvidos" são antigos funcionários da TVE do Maranhão, emissora educativa que entrou no ar em 1969, quando o político José Sarney iniciava sua carreira do mais longevo oligarca da América Latina. A Acerp era mantenedora da TVE no Maranhão e comandada por apadrinhados do ex-presidente da República. 
    Assim se passaram quase 40 anos até que a emissora foi incorporada à TV Brasil, rede de televisão da Empresa Brasil de Comunicação, EBC,  por decreto do então presidente Lula de 25 de outubro de 2007. Nesse ínterim, o nepotismo grassou nos corredores da emissora no Bairro de Fátima, também povoado por fantasmas e apaniguados que davam as caras quando bem entendiam.
    Na semana passada o diretor regional da TV Brasil,  Benetti Nascimento, procurou o secretário de gestão e planejamento Fábio Gondim para propor a incorporação dos "devolvidos" aos quadros da adminstração do estado sem ônus para o governo. Eles são na maioria orientadores de educação e de outras funções ligadas à pedagogia televisiva inaugurada por Sarney nas escolas CEMA. A maioria dos "devolvidos" são devotos do senador e votam em sua filha para qualquer cargo que ela dispute.
    Benetti Nascimento promoveu uma revolução na antiga TVE, dinamizando o jornalismo, colocando o material local produzido na rede TV Brasil e trombando com mal- acostumados amigos do rei. Após xá de cadeira de três horas, Gondim foi categórico em recusar os mais de 60 funcionários que correm o risco de ter salários reduzidos por inatividade.
    Aos domingos o senador pelo Amapá publica no jornal O Estado do Maranhão, fundado por ele e administrado pelos filhos, crônicas tonificadas pelas memórias de um inimaginável período fausto vivenciado pelos maranhenses. A educação televisiva está entre seus feitos mais notáveis, segundo costumeira avaliação ególatra. São conquistas pontuais demarcatórias do período da Ditadura Militar que povoam as lembranças dos legitimadores do tenebroso período da história política brasileira, entre os quais está o senador maranhense. Mais com pouco a TVE será uma triste lembrança quixotesca quase similar ao telensino da sua cria política.