quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O Globo - Menos dívida, mais empréstimos

EDUARDO BRESCIANI, MARIA LIMA, SÉRGIO ROXO TIAGO DANTAS opais@oglobo.com.br

Governadores comemoram redução de débitos e já miram na retomada de investimentos

-BRASÍLIA, RIO E SÃO PAULO- A nova fórmula para calcular a dívida dos estados e municípios com a União, regulamentada ontem pelo governo federal, foi comemorada por governadores que já veem a possibilidade de contrair novos empréstimos e retomar a agenda de investimentos, elevando, porém, o grau de endividamento das unidades da federação. O novo cálculo dos débitos, que terão estoques reduzidos e serão corrigidos por uma taxa de juros menor que a atual, era uma das demandas prioritárias dos gestores estaduais.

Agora, os governadores devem aumentar a pressão sobre a Secretaria do Tesouro, do Ministério da Fazenda, para a autorização de novos empréstimos.
— É muito positivo. Primeiro, porque o governo federal dá uma resposta rápida ao pleito. Isso cria um ambiente positivo para a continuidade do diálogo e melhora a dívida dos estados. Agora a liberação de credito é fundamental. No nosso caso, para investimento em infraestrutura. A prioridade é essa — disse o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), que organizou na segunda-feira um encontro com dez governadores para pressionar o governo federal por uma agenda que aliviasse o caixa dos estados.
— Os novos indexadores ajudam muito. Alivia muito a dívida, mas agora temos um longo dever de casa para fazer. Vai reduzir o estoque da dívida, mas não vai ter sobra de caixa para aplicar em outras áreas. O que vai ter é uma folga fiscal maior para novos empréstimos. Vamos ver quais linhas de crédito vão ter disponíveis nos bancos oficiais — afirmou o governador do Rio Luiz Fernando Pezão (PMDB), que complementou: — Quero reestruturar o estado, ver o que conseguimos de alongamento da dívida para a retomada dos investimentos em 2016. Vamos torcer para a economia crescer.
Segundo a Secretaria de Fazenda do Rio, análise preliminar dos técnicos verificou que a nova base de cálculo deve reduzir em dez anos o prazo de pagamento da dívida. Em 2015, o valor médio desembolsado por mês foi de R$ 430 milhões. A dívida do Rio com a União é de R$ 66,8 bilhões.
— É um gesto diante da necessidade de se ter caminhos de retomada do crescimento. Um dos caminhos mais rápidos é viabilizar investimento público, o que vale para o governo federal e também para os governos estaduais. Um dos jeitos de possibilitar um caminho para a retomada é esse, de dar um respiro para as finanças dos entes nacionais. O mérito de descentralizar é que você atinge mais rapidamente as pessoas. A questão do crédito é o passo seguinte — disse Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão.
Desde que as dívidas dos estados e municípios foram federalizadas, em 1998, eles só podem contrair novos empréstimos se tiverem autorização da Secretaria do Tesouro. No caso de empréstimos junto a organismos e bancos internacionais a União entra como avalista. Ao longo de 2015, o governo federal represou essas autorizações justamente para evitar o aumento do endividamento. Na reunião que teve com os governadores nesta semana, o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, se comprometeu a apresentar um cronograma para a retomada destas autorizações. Mas já ressaltou que a liberação acontecerá paulatinamente.
Uma das principais interessadas na mudança do indexador, a prefeitura de São Paulo calcula que poderá reduzir em R$ 45 bilhões (de R$ 72 bilhões para R$ 27 bilhões) o valor de sua dívida com a União. O prefeito, Fernando Haddad, havia se empenhado diretamente na articulação com parlamentares para aprovar a lei. A alteração permitirá uma economia anual de R$ 1,9 bilhão para o município. A avaliação da prefeitura é que a troca do indexador vai evitar insolvência e permitirá retomada da capacidade de investimento em áreas como mobilidade urbana, saneamento, habitação, Saúde e Educação.
Já o secretário da Fazenda do estado de São Paulo, Renato Villela, disse que a mudança não produzirá nenhum efeito de curto prazo sobre as finanças. Segundo ele, em 1997 o governo paulista negociou o pagamento à União de um valor fixo de 13% da receita. A vantagem, segundo ele, é que a dívida crescerá menos a cada ano. Com isso, o estado prevê pagar o que deve com quatro anos de antecedência. Em vez de 2037, deve fazer isso em 2033.
O Paraná, que passou por dificuldades financeiras ao longo do ano, calcula que terá uma economia anual de R$ 150 milhões com a mudança do indexador. O dinheiro extra deve ser usado para duplicar rodovias.
DILMA PODE SE BENEFICIAR Pezão, Rollemberg e Dino avaliam ainda que se a economia melhorar nos estados haverá também uma distensão no ambiente político, o que poderia ajudar a presidente Dilma Rousseff que enfrenta um processo de impeachment na Câmara dos Deputados e tem baixa popularidade.
— A melhoria do ambiente econômico melhora o político, e a do político melhora o econômico. Tudo que o Brasil precisa é de uma agenda propositiva. Os estados ganham e o país sai ganhando — afirmou Rollemberg. O governador do Rio compartilha da avaliação: — Isso vai melhorar os investimentos para todo mundo, não só para o Rio. Melhorando investimentos, melhora o crescimento. Se melhorar, consequentemente melhora o humor em relação à crise política e à situação da presidente Dilma também.
REAJUSTE PARA SERVIDORES FEDERAIS Ontem, o governo federal também enviou para o Congresso projetos de lei que preveem um aumento de 5,5% para a maioria dos servidores civis do Executivo em agosto de 2016. O aumento faz parte de uma negociação com as categorias e tem vigência de dois anos, que inclui outro reajuste de 5% em janeiro de 2017, resultando em uma alta total de 10,5% no período.
Tradicionalmente, o reajuste é dado pelo governo no mês de janeiro de cada ano, mas, para 2016, o aumento será atrasado para agosto por conta do ajuste fiscal. O anúncio dessa prorrogação foi feito em setembro, no pacote de corte de gastos para permitir um resultado superavitário em 2016, o que incluía ainda a suspensão de novos concursos.
Segundo nota do Ministério do Planejamento, as propostas resultam da negociação com entidades que representam 1,1 milhão de servidores, do total de 1,227 milhão de servidores civis do Executivo Federal. “Em um ano de dificuldades econômicas e fiscais, o saldo de acordos pode ser visto como positivo”, disse em nota o secretário Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça.
Ainda seguem as negociações com servidores ligados a Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PFR), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), analistas de infraestrutura, analistas de políticas sociais, peritos federais e diplomatas. (Colaboraram André de Souza, Marco Grillo, Bárbara Nascimento e Danilo Fariello).

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: 234 não voltam a Pedrinhas após saídas temporárias
O Imparcial: Concurso da Saúde oferece 7 mil vagas
Regional
Jornal do Commercio: Hoje a capa é #Feliz2016JC
O Povo: 2015|2016 - O que vamos lembrar e o que não podemos esquecer
Nacional
Correio: Como fazer o dinheiro render apesar da crise
Folha: Cantareira sai do volume morte sem trazer alívio
O Estadão: Dilma paga R$ 72,4 bilhões e quita pedaladas fiscais
O Globo: Dólar teve em 2015 a maior alta em 13 anos
Zero Hora: O ano vai, as palavras ficam

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Focos de Aedes se proliferam em áreas públicas
O Imparcial: Flávio Dino empossa 458 novos policiais
Regional
Jornal do Commercio: Vacina contra dengue nas farmácias em 2016
O Povo: Concursos abrem 2 mil vagas
Nacional
Correio: Envelhecer no Brasil custa caro
Folha: Déficit atinge R$ 120 bilhõescom quitação de pedaladas
O Estadão: Em crise, Estados pressionam o Planalto a liberar mais crédito
O Globo: Brasil passará a usar vacina contra dengue
Zero Hora: Aprovado projeto que limita gastos públicos

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Maranhão
O Estado do MA: 
Regional
Jornal do Commercio: 
O Povo: 
Nacional
Folha:
O Estadão: 
O Globo: Zero Hora: 

MANCHETS DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Fim de semana teve 12 mortes violentas
Regional
Jornal do Commercio: Um patrimônio pichado
O Povo: 'Está na hora de dar um basta nessa violência', diz mãe
Nacional
Folha: Um quarto dos médicos não atende conveniado
O Estadão: Governo 'terceiriza' gastos do Minha Casa e Pronatec
O Globo: Corte de cargos só chegou a 11% do anunciado por Dilma
Zero Hora: Medidas do ajuste fiscal de Sartori desagradam a cúpula do judiciário

domingo, 27 de dezembro de 2015

Jackdevil está entre as bandas que se destacaram em 2015

Por Diogo Miranda de Azevedo
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O metal brasileiro continua vivo e diversas bandas continuam em ascensão no cenário nacional e internacional. Diversos grupos que surgiram nos últimos anos já começaram a dar passos maiores em 2015 e chamaram atenção com turnês internacionais, shows lotados e lançamentos musicais. Confira abaixo uma pequena amostra da nova geração de bandas nacionais que representaram bem o cenário brasileiro com seus trabalhos.
Project 46



A banda surgiu em 2008 e este ano obteve conquistas importantes para a sua carreira. O Project 46 participou do Rock In Rio 2015 e proporcionou um dos shows mais energéticos da edição comemorativa de trinta anos do evento, no Palco Sunset. Além disso, os paulistas participaram de três shows da turnê do Cavalera Conspiracy pela América do Sul.
Nervosa



O Power trio feminino de thrash metal de São Paulo, formado por Fernanda Lira (baixo e vocal), Prika Amaral (guitarra e backing vocals) e Pitchu Ferraz (bateria) é, sem dúvidas, uma das maiores promessas do metal brasileiro. Em 2015 o Nervosa excursionou pela Europa e realizou mais de 60 shows no continente e ainda mostra plena atividade com bons shows no Brasil e em países vizinhos.
John Wayne



Formada em São Paulo em 2009, a banda John Wayne vem ganhando rápido destaque no rock nacional. Com um EP homônimo (2011) e um álbum na bagagem, “Tempestade” (2012), o grupo prepara-se para lançar seu novo trabalho, “Dois Lados – Parte I”, pela primeira vez com uma gravadora, a Deck. Com músicas que questionam cenários comuns do dia a dia brasileiro como a miséria, fome e crueldade humana, o grupo também foi representante nacional no Palco Sunset do Rock In Rio 2015, dividindo espaço com nomes como Lamb of God, Deftones e Halestorm.
Jackdevil



Os maranhenses do Jackdevil possuem quatro anos de estrada e estão em forte ascensão no cenário nacional através destes dois últimos anos. Entre os principais destaques da banda em 2015 estão a turnê do novo álbum que passou por vários países da América do Sul como Argentina, Chile, Colômbia e Paraguai e o videoclipe da faixa-título do disco lançado este ano, “Evil Strikes Again”.
Krow



Oriunda do Triângulo Mineiro, o Krow deu seus primeiros passos rumo ao cenário da música pesada nacional no ano de 2007. Com um EP e 2 discos, sendo o debut “Before the Ashes” e o segundo “Traces of the Trade”, o grupo é hoje uma das grandes forças do Thrash/Death Metal nacional, com relevância internacional. Em 2015, a convite do produtor Ronnie Bjornström, gravou mais um EP, intitulado “Relentless Disease”, no GarageLand Studios em Umeå na Suécia que já está disponível online e também será lançado em formato físico.
Hibria



Apesar de não ser um nome tão novo no circuito das bandas brasileiras de metal, o Hibria está se tornando cada vez mais forte no exterior. Em 2015 a banda conquistou ainda mais o público oriental com uma turnê bem sucedida no Japão e tornou-se uma das bandas brasileiras que mais venderam discos fora do país. Vale destacar que neste ano a banda lançou o que provavelmente é um dos melhores álbuns brasileiros do ano, o homônimo "Hibria". O disco é o quinto da carreira da banda.
Blackning



Outro grande lançamento que surpreendeu o cenário do metal brasileiro foi o “Order of Chaos” da banda Blackning. Um power trio formado por Cleber Orsioli (guitarra e vocal), Francisco Stanich (baixo e backing vocals) e Elvis Santos (bateria e backing vocals) que chegou no circuito de show fazendo muito barulho, literalmente. Formado em 2013, o grupo está se tornando, sem dúvidas, um nome que está com tudo para chegar ao topo do estilo na cena nacional, e que certamente ainda evoluirá muito nos próximos trabalhos.
Slasher



Com sete anos de estrada, a banda Slasher é conhecida como uma das principais forças do metal de São Paulo. Em 2011 a banda foi selecionada por representantes da Sony Music, EMI Music, SWU e Maquinária para participar da coletânea “Melody Box – Fora da caixa vol. 1″. Slasher foi o único artista representando o gênero Rock/Metal. Este ano a banda se destacou com diversos shows dentro da turnê de seu segundo álbum, o “Katharsis”.
Unearthly



Provavelmente uma das bandas que mais representou o Brasil através de shows em outros países. Os cariocas do Unearthly atualmente estão trabalhando na divulgação do álbum mais recente, o “The Unearthly”, lançado no Brasil pelo selo Shinigami Records, na Europa pelo selo Metal Age e nos EUA pelo selo Redefining Darkness. Em setembro deste ano, o Unearthly fez sua primeira turnê nos Estados Unidos, colocando assim mais um grande marco em sua carreira. Outro ponto forte da banda em 2015 foi o lançamento de uma versão da música "We Who Are Not As Others", em homenagem ao Sepultura.
Vingador



Outra banda carioca que está atraindo os olhares dos headbangers do mundo todo é a banda Vingador. O diferencial do grupo começa logo pelas letras em português e se prolonga pelo thrash metal com influências que trafegam do Exodus ao Motorhead. O Vingador agora se prepara para o lançamento de mais um material e para embarcar rumo ao Japão, ambos em 2016. O grupo está confirmado para o True Thrash Fest, um dos maiores festivais de thrash metal do mundo, que acontece anualmente em Osaka.


Mantenha a fonte ao citar o texto: Metal Nacional: Confira bandas que se destacaram em 2015 http://whiplash.net/materias/melhores/235792-project46.html#ixzz3vaF8dYtM
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Filme sem a eleição de Chatô no Maranhão - BENEDITO BUZAR

Filme sem a eleição de Chatô no Maranhão
Eu não assisti ao filme “Chatô o Rei do Brasil” sobre a trajetória particular e pública do poderoso jornalista Assis Chateaubriand.
Pelo pouco tempo de exibição nas salas de projeção, concluo que o filme não agradou ao público brasileiro. Em São Luís, nem se fala, foi meteórica. Poucas pessoas viram a produção cinematográfica dirigida por Guilherme Fontes e baseada no livro homônimo do jornalista Fernando Morais.
Pelo lido e visto, a película omitiu o sinistro episódio da eleição de Chateaubriand a senador no Maranhão, depois de perder o mandato no estado de origem - a Paraíba, obrigando-o a realizar maquiavélica operação política, para não perder a imunidade parlamentar e continuar impunemente fazendo negociatas, dentro e fora do país.
Pelo pouco tempo de exibição nas salas de projeção, concluo que o filme não agradou ao público brasileiro. Em São Luís, nem se fala, foi meteórica. Poucas pessoas viram a produção cinematográfica dirigida por Guilherme Fontes e baseada no livro homônimo do jornalista Fernando Morais.Benedito Buzar
Confesso o meu estarrecimento e a minha revolta pela maneira como o diretor Guilherme Fontes - passou 20 anos ludibriando os órgãos de financiamento do governo – excluiu do seu trabalho cinematográfico manobra espúria, mas de grande repercussão no país inteiro, razão pela qual não podia ser descartada ou escondida da opinião pública.
Omitir aquela vergonhosa operação política, que galvanizou as atenções da sociedade brasileira, começada em setembro de 1954, no Rio de Janeiro, e concluída em março de 1955, em São Luís, é querer apagar de nossa memória histórica, uma deslavada barganha, da qual participaram altas figuras da República, todas interessadas em devolver a Chateaubriand um cargo eletivo, que os paraibanos acharam por bem não lhe outorgar e, por tabela, propiciar a condução de Juscelino Kubitscheck ao Palácio do Catete.
Toda essa trama, relatada pelo jornalista Fernando Morais, no livro “Chatô o Rei do Brasil”, foi projetado e costurado pelas “raposas” do PSD. Quem auxiliou e assessorou o jornalista paulista a obter as informações a respeito da eleição de Chatô a senador pelo Maranhão, foi este colunista. Durante vários dias, ele e eu compulsamos jornais da Biblioteca Pública e dos Diários Associados, entrevistamos políticos do governo e da oposição, que tomaram parte ou denunciaram aquela nefasta negociata, que o diretor do filme, lamentavelmente, suprimiu do roteiro.
Fernando Morais dedicou quase todo o capítulo 32 de seu livro às peripécias perpetradas pelos cardeais do PSD nacional – Amaral Peixoto, Juscelino Kubitscheck, Tancredo Neves, Vitorino Freire e Renato Archer, que vieram a São Luís confabular e convencer o governador Eugênio de Barros, que resistiu o quanto pôde, a chancelar uma operação política que resultou na renúncia do senador Antônio Bayma e do suplente Newton Bello, por meio da qual se realizou no Maranhão a intempestiva eleição de Assis Chateaubriand e do suplente, Públio Bandeira de Melo, ao Senado da República.
Sem condições de enfrentar os candidatos vitorinistas, às oposições só restaram o protesto e a participação bisonha num pleito desmotivado e com candidatos desconhecidos: o coronel da Aeronáutica, Armando Serra de Menezes e o jornalista Franklin de Oliveira, que integrava o corpo redacional da revista O Cruzeiro junto com Neiva Moreira. Ambos foram demitidos e perseguidos pelo ex-patrão.
Como a eleição não corria risco, Chateaubriand chegou a São Luís um dia antes do pleito. Sem fazer discurso e participar de nenhum ato público ou comício, limitou-se a fazer uma pequena saudação ao descer do avião: “Viva o Maranhão.”
Com apenas três palavras, Chatô conquistou uma acachapante vitória nas urnas, resultado esperado e que confirmava a força de Vitorino Freire no Maranhão. Ironia da eleição de Chateaubriand: após diplomado, não exerceu o mandato de senador. Foi nomeado pelo presidente JK embaixador do Brasil na Inglaterra, onde pintou e bordou, e nunca mais pisou o solo maranhense.

São Luís elevou investimento este ano em 113,28% a mais que em 2014

    Em 2015 a prefeitura de São Luís investiu 113,28% a mais que no ano anterior, primeira do orçamento aprovado na gestão Edivaldo Holanda Júnior (PDT). A informação consta em relatório apresentado ao Tesouro Nacional que serve como fonte a reportagem publicada neste domingo no jornal O Globo deste domingo, 27. 
    Ao contrário da maioria das prefeituras da capitais, São Luís aumentou os investimentos, sendo superada no país apenas pelos municípios de Cuiabá (MT- 197, 35% ), Rio Branco (AC- 156,22%), Goiânia (GO - 133,81%).

Leia abaixo reportagem de O Globo:




Investimentos nas capitais sofrem redução de até 90%; perspectiva para 2016 é sombria

Em outubro, 11 capitais ultrapassaram o limite de alerta imposto pela legislação para despesas com servidores
Das 22 cidades que enviaram relatórios ao Tesouro Nacional, 14 informaram que gastaram menos do que em 2014; Rio é uma das poucas em que ritmo aumentou A crise econômica atingiu em cheio prefeitos de capitais às vésperas do ano eleitoral. Em 14 das 22 prefeituras dessas cidades que enviaram relatórios ao Tesouro Nacional, os gastos com investimentos caíram em relação a 2014, paralisando ou atrasando obras em curso. Há casos extremos, como o de Natal (RN), onde essas despesas despencaram 89,8%, informa SILVIA
AMORIM. A queda na arrecadação e nos repasses, para analistas, indica que a situação não deve melhorar em 2016. A prefeitura do Rio surge como uma das exceções, com aumento de 74%. Onze capitais também já ultrapassaram o limite de alerta previsto em lei para gastos com servidores. -SÃO PAULO- A menos de um ano para as eleições municipais, o desejo de muitos prefeitos era estar com canteiros de obras a pleno vapor para as inaugurações em 2016. Mas a crise econômica atingiu em cheio esses planos e nas grandes cidades, que, em tese, seriam menos vulneráveis à recessão, já é possível constatar que os investimentos despencaram até 90% este ano. O pouco recurso disponível em caixa está sendo canalizado para despesas obrigatórias como a folha salarial, e algumas capitais admitem que deverão fechar o ano com déficit.
Relatórios entregues pelos prefeitos das capitais ao Tesouro Nacional no início deste mês revelam que 14 das 22 prefeituras que apresentaram seus balancetes fiscais investiram menos este ano do que em 2014. As maiores quedas ocorreram em Natal (89,8%), Curitiba (63,7%) e Vitória (46,4%). A prefeitura do Rio é exceção e está no grupo das que ampliaram o ritmo, apesar do cenário econômico, graças à Rio-2016.
EM NATAL, INVESTIMENTOS DESABAM
A desaceleração atingiu prefeituras de todos os portes. Na capital potiguar, o prefeito e candidato à reeleição Carlos Eduardo (PDT) aplicou até outubro R$ 35 milhões em investimentos — 10% do valor de 2014. Os números se repetem na Curitiba do prefeito Gustavo Fruet (PDT), também no primeiro mandato. Em Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) aplicou em obras e compras de equipamentos, até outubro, R$ 491 milhões contra R$ 846 milhões no mesmo período do ano passado.
— Os investimentos estão desabando este ano por causa da queda da arrecadação. Para ver como a situação é preocupante em todo o país, nos estados e no governo federal a queda é ainda maior — disse o economista e especialista em contas públicas Raul Velloso.
GASTO COM PESSOAL SOB ALERTA
Campo Grande vive situação ainda mais complicada. Alvo de uma crise política, além da econômica, a cidade está pagando salários parceladamente desde meados do ano. Ainda reduziu em 30% os investimentos, e o prefeito Alcides Bernal (PP), que ficou afastado do cargo por um ano e meio, pode fechar as contas no vermelho. No vermelho também está o gasto com pessoal no município. Cerca de 55% do que o governo arrecadou este ano foram para pagar salários.
A prefeitura está infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita a 54% da receita corrente líquida o gasto com pessoal. Isso se repete em São Luís.
No atual mandato, nunca a luz amarela referente às despesas com funcionário acendeu para tantos prefeitos de capitais. Onze ultrapassaram em outubro o limite de alerta imposto pela legislação (quando o gasto fica acima de 48,6% da receita).
Mais da metade das cidades avaliadas ampliou a folha de pagamento desde 2013. Essa expansão pode ter motivos além da crise.
— À medida que vai se aproximando o fim dos mandatos, é de se imaginar que os gastos com pessoal subam porque é no penúltimo ano que os prefeitos querem agradar por causa da eleição. Isso somado à crise, que frustrou as receitas, criou um problema maior para os municípios — disse Velloso.
A combinação de gastos elevados e arrecadação em baixa já levou, em outubro, duas prefeituras à lona. Natal e Manaus registraram déficit (gasto superior ao disponível em caixa). Sem perspectiva de melhorar a arrecadação, a tendência é que mais prefeituras registrem rombos nas contas de 2015, piorando a situação em 2016, ano eleitoral.
— Acho pouco provável que os municípios consigam equalizar esse déficit este ano — avaliou o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Paulo Roberto Galvão.
Para o analista em Finanças Públicas Fábio Klein, a situação em 2016 pode ser ainda pior para os orçamentos municipais por causa do ano eleitoral.
— Há uma tendência dos governos de produzirem uma expansão dos gastos em ano eleitoral. Como muitos municípios vão começar 2016 já numa situação delicada, por causa do que aconteceu em 2015, isso vai exigir dos gestores um controle maior dos gastos, um desafio em ano de eleição — disse Klein.
De olho nesse cenário, a Fipe preparou para janeiro o curso inédito para gestores municipais “Como enfrentar a crise financeira nas prefeituras”.

Fim de uma etapa - FERREIRA GULLAR

    Para que se possa entender o que se passa no Brasil, política e economicamente, creio ser necessário levar em conta o tipo de populismo que aqui se implantou, a partir do governo Lula, e se agravou com o governo Dilma.
    O populismo não é uma novidade, nem aqui nem em outros países latino-americanos, mas, de algumas décadas para cá, implantou-se em alguns deles um tipo especial de populismo que, para distingui-lo do anterior, costumo chamá-lo de "populismo de esquerda".
    Claro que de esquerda mesmo ele não é. Trata-se, na verdade, de uma esperteza ideológica que manipulou as aspirações revolucionárias, surgidas na região a partir da Revolução Cubana, após a década de 1960. Essas aventuras guerrilheiras contribuíram involuntariamente para as ditaduras militares que se espalharam pelo continente. O fim dessas ditaduras, por sua vez, abriu caminho para esse novo populismo, que se apresentou como o oposto dos regimes militares, anticomunistas por definição.
    Sucede que o final daquelas ditaduras coincidiu com a derrocada dos regimes comunistas, tornando anacrônica a pregação do revolucionarismo marxista. Em seu lugar, inventou-se o socialismo bolivariano, um dos nomes desse populismo, que já não pregava a ditadura do proletariado e, sim, o resgate da pobreza por meio de programas assistencialistas. Não fala mais em revolução, porque se trata agora de uma aliança com parte do empresariado que só tem a lucrar com o assistencialismo oficial. Está aí a origem das licitações fajutas, dos contratos de gaveta, fontes de propinas bilionárias.
    E claro que esse populismo tem particularidades específicas nos diferentes países onde se implantou. Na Argentina, por exemplo, tem raízes em certa ala do peronismo, enquanto na Venezuela inclui até as Forças Armadas. Já no Brasil, tendo como figura central um operário metalúrgico, esse populismo contou com o apoio de centrais sindicais e de parte da intelectualidade de esquerda, que ainda sonhava com um regime proletário.
    Além disso, em cada um deles, adota procedimentos específicos de modo a ajustar-se às condições econômicas e sociais para alcançar seus objetivos. Não obstante, todos eles têm um mesmo propósito: usar o poder político –a máquina do Estado– para garantir o apoio dos setores menos favorecidos da sociedade e se manter para sempre no poder. Na Venezuela e na Bolívia, os governos populistas lograram mudar a Constituição do país para se reelegerem indefinidamente. No Brasil, como isso não seria possível, o populismo investiu pesadamente nos programas assistencialistas e num modelo econômico inviável que conduziu o país à situação crítica em que se encontra hoje.
    A ascensão do populismo, como sucessor dos governos militares –e seu contrário–, conquistou a confiança de grande parte da opinião pública, inclusive por oferecer melhoria de vida a setores mais pobres da população. No Brasil, por exemplo, sobretudo no primeiro governo Lula, essa melhoria veio consubstanciar a sua popularidade, possibilitando sua própria reeleição e a eleição de sua sucessora.
    Não obstante, também aqui o populismo, esgotadas as qualidades, caminha para encerrar sua aventura. Na Argentina, ao que tudo indica, isso já começou a acontecer com a derrota do kirchnerismo, que também empurrou o país para o impasse econômico, por contrariar as necessidades objetivas do contexto sócio-econômico. Aliás, um elemento comum a todos esses regimes é o antiamericanismo, que só contribuiu para agravar a situação deles. No mesmo caminho seguiu a Venezuela que, com a derrota recente de Maduro, começa a fazer água. No Brasil, Lula e Dilma têm seu discurso abafado pelas paneladas e, enquanto isso, Cuba estende a mão aos norte-americanos.
    Não resta dúvida, portanto, de que vivemos o fim de uma etapa da história latino-americana, que coincide, em escala internacional, com o esgotamento da utopia socialista, iniciada na Revolução Russa de 1917. Se isso, por um lado, significou a sobrevivência do regime democrático na maioria dos países, por outro exige que reinventemos o futuro. 

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA:  Em 2015 - Eles fizeram a diferença
O imparcial: Crise financeira - Varias prefeituras do Maranhão devem fechar o ano com atrasos de salários
Regional
Jornal do Commercio: Oportunidades na crise
O Povo: 2016 - Como fazer suas metas darem certo
Nacional
Correio: Combate à corrupção exige reforma penal
Folha: Dilma atinge só 32% das metas definidas para 2015
O Estadão: Dilma tem menor índice de apoio na Cãmara da gestão PT
O Globo: Crise obriga prefeituras a cortar investimentos
Zero Hora: O ano em que o Brasil andou pra trás

sábado, 26 de dezembro de 2015

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA:  Aumentam 210% os casos de microcefalia no MA
O Imparcial: Dirceu vai pedir perdão para receber indulto aprovado por Dilma
Regional
Jornal do Commercio: Manobras para pedaladas
O Povo: 72% dos homicídios não têm autoria conhecida
Nacional
Correio: Lei Seca pune uma mulher para cada 6 homens no DF
Folha: Samarco não vai reativar barragem que ruiu em MG
O Estadão: Tesouro pressiona e BNDS vai pagar R$ 4,8 bi à União
O Globo: Picciana nega a Pezão o uso de fundo de R$ 190 milhões
Zero Hora: Novo "dono" deve investir R$ 1,7 bi no Salgado Filho

Notas sobre literatura

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O Prêmio Sesc de Literatura abre, no dia 4, as inscrições para sua nova edição. Podem concorrer romances e livros de contos de autores estreantes. As inscrições vão até 12/2 e as duas obras premiadas serão publicadas pela Record.
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Lucia Bettencourt, vencedora do Prêmio Sesc em 2005, é uma das convidadas da Primavera Literária Brasileira (17 a 31 de março), organizada pela Universidade de Sorbonne, em Paris.
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Com 80 anos de historia, a maior livraria independente da Alemanha, a  Stern-Verlag, situada em Düsseldorf, vai jogar a toalha em 2016.
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal - Fernando Pessoa

Nasce um deus. Outros morrem. A Verdade

Nem veio nem se foi: o Erro mudou.
Temos agora uma outra Eternidade,
E era sempre melhor o que passou.

Cega, a Ciência a inútil gleba lavra.

Louca, a Fé vive o sonho do seu culto.
Um novo deus é só uma palavra.
Não procures nem creias: tudo é oculto.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Casos de microcefalia crescem 8 vezes no MA
O Imparcial: "Caciques" em pé de guerra no PMDB
Regional
Jornal do Commercio: Bem recebido. Mal recebido
O Povo: Camilo pretende multar quem impedir agente de entrar na casa
Nacional
Correio: Governo vai propor adiar aposentadoria
Folha: Incêndio destroi museu em SP
O Estadão: Dilma pede crescimento sem "guinadas bruscas"
O Globo: Mercado não dá crédito a Barbosa, e dólar vai a R$ 4
Zero Hora: Temor com novo ministro leva dólar a mais de R$ 4

Museu de Tudo: Recordações do Museu da Língua Portuguesa





























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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Justiça suspende cobrança de taxa em dólar pela MapleBear Canadian

    A Justiça determinou na sexta-feira,18, que a MapleBear Canadian School suspenda a cobrança da taxa de franquia ou taxa educaciona. O pagamento da taxa condicionava a matrícula no estabelecimento de ensino.  Pela decisão do juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luis, Clésio Coelho Cinha, o descumprimento resulta em multa de R$ 5 mil para casa caso.
    Uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Maranhão em desfavor da escola gerou a decisão judicial.
    Segundo relato do autor, aos pais estaria sendo cobrada uma "taxa de franquia". O valor correspondente ao dólar norte-americano vem sendo cobrado há cinco anos. Era aceito o pagamento em cartão de crédito internacional ou em dinheiro.
    O MPE ente da cobrança da taxa como abusiva e ilegal. Na decisão o juiz afirmou que a conduta da escola encontra vedação no art.39,V, do Código de Defesa do Consumidor. Segundo o CDC, o “É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva”.   A escola estaria então violando os direitos do consumidor.

FRASE DO DIA

"Na vida pública não basta não roubar. ...mas é preciso cumprir a outra tarefa de não deixar roubar."
Ciro Gomes, ex-ministro do governo Lula e presidente da Transnordestina no governo DIlma Rousseff.

Lambe- Lambe: Cenas do Natal no Lima Verde (Paço do Lumiar)









MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Pane anula parte de provas de concurso
Regional
Jornal do Commercio: Ainda em 2015...Natal toma conta de vez.Cunha mais enrolado. E para 2016...Verão de praias limpas. Aedes ameaçador
O Povo: 2,5 mil imóveis fecham desafiam combate à dengue
Nacional
Correio: O que Barbosa vai fazer com sua vida
Folha: Na Câmara, 42% apoiam e 31% rejeitam impeachment
O Estadão: Corregedoria da polícia é acusada de cobras 'mensalão'
O Globo: Antes da posse, Barbosa já tenta acalmar investidores
Zero Hora: Contra desconfiança, Barbosa abraça ajuste

domingo, 20 de dezembro de 2015

A carta de Michel Temer - FERREIRA GULLAR

    Vou tentar dizer, a meu modo, como vejo a carta que Michel Temer enviou à presidente Dilma Rousseff e que tanta celeuma causa no ambiente político, particularmente nas relações do PMDB com o governo federal.
     Na opinião da maioria dos comentaristas, aquela carta foi um meio de que o vice-presidente da República lançou mão para se queixar de Dilma Rousseff. Na verdade, a carta tem um tom de queixa, mas no meu entender esse foi o modo que ele encontrou para justificar seu perturbador silêncio em face do processo de impeachment a que está sujeita a chefe do governo e de quem ele é o vice.
    O silêncio de Temer levou os assessores de Dilma a atribuir-lhe opinião contrária ao processo de impedimento, que não teria fundamento jurídico. Temer desmentiu essa informação, que deve ter contribuído para ele escrever a referida carta.
    Mas o certo é que essa história não começa aí, vem de longe, desde o começo do primeiro governo de Lula. Eleito, surgiram entendimentos para que o PMDB aderisse a Lula e passasse a apoiá-lo. Ele rejeitou essa ideia e preferiu aliar-se a pequenos partidos, aos quais não necessitaria entregar ministérios e empresas estatais, como teria que fazer, se se juntasse ao PMDB. Àqueles partidos, em vez de altos cargos, lhes deu dinheiro (dinheiro público), de que resultou o escândalo do mensalão.
    Embora Lula, no primeiro momento, ao ser interpelado sobre aquele escândalo, alegara que havia sido traído, depois que seus "traidores" foram processados e condenados, passou a dizer que se tratou de um golpe político. A verdade, porém, é que, para se reeleger e governar, recorreu ao apoio do PMDB, que rejeitara antes. E teve que fazer o que jamais quis, ou seja, dividir os ministérios com o novo aliado. Terminado o segundo mandato, inventou a candidatura de Dilma, tendo como vice Michel Temer. Que Lula nunca quis dividir o poder com ninguém, viu-se desde o começo, e só aliou-se ao PMDB para se manter nele.
    Essa não é, porém, uma atitude somente do Lula mas também de seu partido e, particularmente, de Dilma Rousseff. As denúncias da Operação Lava Jato vieram piorar a situação de todos eles e, especialmente, a da presidente da República, em cujo governo o país naufragou de vez. Isso era inevitável acontecer já que, para se manter no poder, os petistas optaram por investir pesado nos programas assistencialistas e não no crescimento da economia. Em vez disso, como parte de seus programas populistas, para evitar o aumento dos preços, subvencionava grandes empresas produtoras de bens de consumo.
    Ocorreu que, para ganhar as eleições de 2014, Dilma traçou um retrato falso da realidade econômica do país, mas assim que tomou posse, teve que fazer o contrário do que prometera na campanha eleitoral. Desse modo, entrou num beco sem saída, porque as medidas a serem tomadas contrariam o populismo que Lula e ela impuseram ao país. O resultado disso é que a crise econômica se agrava e a crise política também, uma acionando a outra.
    Não é por acaso que, em menos de um ano do novo mandato, o índice de aprovação de seu governo oscila entre 7% e 10%. A hegemonia política dos petistas parece chegar ao fim. A popularidade do ex-presidente Lula caiu –47% do eleitorado não votaria nele em 2018. A todos esses fatores negativos, veio juntar-se o pedido do impeachment que, quer ocorra ou não, terá consequências desastrosas para o petismo.
    Em face de todos esses fatores, ninguém se atreveria a apostar num bom futuro para os petistas e particularmente para o governo de Dilma. Falando claro, a hegemonia petista chega ao seu fim, sem perspectiva de recuperação. Cabe, então, perguntar: que interesse tem o PMDB em continuar apoiando o PT e, sobretudo, depois dessa história que contamos aqui? Desconheço exemplo em que algum partido tenha naufragado com o outro, por mera solidariedade. O que costuma acontecer é abandonar o barco quando começa a afundar. Essa é a minha leitura da carta de Michel Temer, que, aliás, já parece tomar providências para assumir o governo.
FOLHA